Como funciona o registro de marca para negócios do setor criativo?

Você pensou em cada detalhe: o nome, a identidade visual, o posicionamento da sua marca. Ela comunica com personalidade, traduz valores e tem potencial para crescer. No entanto, sem o registro no INPI, essa marca ainda está juridicamente vulnerável — e o risco de alguém se apropriar do que você criou é real.

Muitos agentes criativos acreditam que o processo de registro é burocrático, inacessível ou que só faz sentido para grandes empresas. No entanto, a verdade é que proteger sua marca desde o início é uma decisão estratégica que evita prejuízos, transmite profissionalismo e valoriza o seu negócio no mercado.

O que é registrar uma marca?

Registrar uma marca é garantir que você tenha o direito exclusivo de uso daquele nome, logotipo ou expressão visual, em todo o território nacional, dentro do seu segmento de atuação. No Brasil, o processo ocorre junto ao INPI — Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Sem o registro, qualquer pessoa pode, legalmente, pedir a titularidade do nome da sua marca. E se essa pessoa registrar antes de você, poderá inclusive te impedir de usar aquilo que você criou. Por isso, o registro é tão essencial.

O processo passo a passo

Embora cada caso exija uma análise estratégica, o processo básico segue estas etapas:

1. Pesquisa de anterioridade — Antes de tudo, é fundamental verificar se já existe alguma marca registrada igual ou semelhante à que você quer registrar. Essa análise vai além de uma simples busca no Google. É necessário conhecimento técnico para avaliar o risco de conflito no INPI.

2. Escolha da classe — As marcas são registradas conforme a atividade exercida. O INPI utiliza a Classificação de Nice para definir categorias (como roupas, produção audiovisual, serviços de design, entre outras). Escolher a classe errada pode invalidar ou limitar seu registro.

3. Protocolo do pedido — Com tudo definido, o pedido é protocolado no sistema do INPI, com os documentos e dados exigidos. A taxa de retribuição é gerada e precisa ser paga para que o processo avance.

4. Exame formal e publicação — Após a conferência inicial, o INPI publica o pedido na RPI (Revista da Propriedade Industrial), iniciando o prazo para eventuais oposições de terceiros.

5. Manifestação e exigências — Caso haja oposição ou exigência formal do INPI, é necessário apresentar defesa ou ajuste técnico, dentro do prazo legal.

6. Concessão e emissão do certificado — Se tudo estiver em conformidade, o INPI concede o registro e emite o certificado. A marca, então, passa a ter proteção legal por 10 anos, renováveis.

O que negócios criativos precisam considerar?

Negócios criativos têm particularidades que exigem atenção especial na hora do registro:

  • Em muitos casos, o nome da marca é também o nome artístico ou o projeto autoral de uma pessoa física.
  • Pode haver conflito com marcas registradas em segmentos próximos, como moda e conteúdo digital.
  • Marcas que envolvem nomes de pessoas, expressões regionais ou termos estrangeiros podem ter exigências extras.
  • Há situações em que o registro da marca deve ser feito em nome da pessoa física e, posteriormente, transferido para o CNPJ.

Por essas razões, a estratégia de registro para esse tipo de negócio deve ser pensada junto com um advogado especialista, que compreenda a linguagem e os desafios do setor criativo.

Por que o registro de marca deve ser feito com um advogado?

O processo de registro de marca exige análise técnica, estratégia jurídica e acompanhamento especializado. Um advogado com experiência em propriedade intelectual garante que cada etapa — desde a pesquisa de viabilidade até a concessão do certificado — seja realizada com segurança e eficiência. Mais do que protocolar um pedido, é necessário saber interpretar exigências do INPI, responder oposições, evitar colisões com marcas existentes e garantir que a marca esteja juridicamente blindada desde o início.

Além disso, o registro de marca precisa estar alinhado com a estrutura contratual do negócio: contrato social, licenciamento, colaborações e possíveis expansões. Portanto, fazer esse processo com suporte jurídico não é um luxo — é uma etapa essencial para proteger seu patrimônio intelectual e sustentar o crescimento do seu projeto.

Conclusão

Para negócios criativos, a marca é um ativo de valor estético, simbólico e comercial. Registrar é proteger o que você construiu com identidade e intenção. Mais do que isso, é abrir caminhos seguros para crescer.

Quer registrar sua marca com segurança e estratégia? O escritório Naila Trindade Advocacia é especializado em negócios criativos e oferece assessoria jurídica completa para proteger sua marca com o cuidado que ela merece. Fale com a gente pelo WhatsApp e comece seu processo hoje mesmo.

Parceria sem contrato? Veja como isso pode virar uma dor de cabeça jurídica

Muitos clientes chegam para mim com a seguinte demanda: Rolou aquela collab dos sonhos. O projeto saiu, foi divulgado, teve engajamento e até proposta de evoluir para outros projetos. Mas, no fim, rolou desentendimento sobre quem tinha direito ao quê. E aí bate aquela pergunta: “e se a gente tivesse assinado um contrato?”

Se você atua no setor criativo — seja como produtor, designer, filmmaker, artista, influencer ou empreendedor cultural — provavelmente já viveu (ou quase viveu) esse tipo de situação. Parcerias informais são comuns nesse universo. No entanto, elas podem se transformar em uma verdadeira dor de cabeça jurídica quando os interesses começam a se chocar.

A princípio, tudo parece fluir com confiança e entusiasmo. Entretanto, na prática, a ausência de um contrato pode deixar brechas jurídicas que afetam a autoria, os lucros, a gestão e até a reputação do seu negócio. Veja alguns exemplos de problemas recorrentes:

  • Conflito sobre quem é dono da ideia ou da obra final
  • Uso não autorizado do material por uma das partes
  • Falta de divisão clara de lucros, despesas ou propriedade intelectual
  • Rompimento unilateral sem previsão de consequências
  • Dificuldade em comprovar acordos verbais quando há litígio
  • Pra mim, o pior: quando não se identifica a parceria entre as partes e se discute quem prestou serviços para quem, ou seja, quem deve pagar pelo serviço prestado (lido com um caso delicadíssimo desse aqui no escritório). 

Além disso, em casos mais graves, a falta de formalização pode gerar perda de oportunidades comerciais, entraves em licenciamento de conteúdo e até judicialização.

Por que o contrato é tão essencial no setor criativo?

No Direito, o contrato é a ferramenta que dá previsibilidade e segurança às relações. Ele protege a colaboração, mas também evita abusos, mal-entendidos e responsabilidades inesperadas. E, ao contrário do que muitos pensam, um contrato bem-feito não engessa a criatividade — ele fortalece a liberdade e a confiança entre as partes.

Além disso, o setor criativo lida com bens imateriais de alto valor, como:

  • Propriedade intelectual (direitos autorais, marcas, roteiros, trilhas, etc.)
  • Know-how e estratégias comerciais
  • Imagem, reputação e audiência
  • Dados sensíveis e informações de mercado

Proteger tudo isso com um contrato adequado é uma forma de preservar seu trabalho e o futuro do seu projeto.

Mas precisa mesmo de um advogado para fazer isso?

Sim. Modelos prontos da internet, adaptações ou contratos copiados não atendem às particularidades de um projeto criativo. Cada parceria tem suas nuances — e um contrato eficaz precisa considerar:

  • A natureza da colaboração (coprodução, job pontual, sociedade, licenciamento, etc.)
  • As obrigações de cada parte
  • A titularidade dos direitos autorais e de uso
  • A forma de remuneração ou divisão de lucros
  • A resolução de conflitos
  • O que acontece em caso de encerramento do projeto

Portanto, a assessoria jurídica especializada é o que garante que tudo isso esteja bem amarrado e juridicamente válido.

Quando é tarde demais?

Muita gente só procura um advogado quando o problema já está instalado. Nesse momento, a solução tende a ser mais cara, demorada e, muitas vezes, parcial.

Por isso, o ideal é prevenir. Formalizar a parceria desde o início — por mais simples que pareça — é o melhor caminho para proteger seu projeto, seu nome e seu patrimônio.

Transforme a confiança em segurança jurídica: Parceria de verdade se constrói com clareza. E um bom contrato é o primeiro passo para que isso aconteça.

Precisa formalizar uma parceria criativa?

O escritório Naila Trindade Advocacia está ao lado de empreendedores e criadores que querem crescer com segurança, originalidade e estrutura. Proteja seu projeto com um contrato sob medida para o seu negócio.